19/11/2010

Reflexos de um corpo em chamas


Lambuzar-se
Quando a vida estava silenciosa de momentos passava ela em uma música no pensamento, não sei se era noite ou dia, fui desenhando a sua geografia.
A face dela coladinho na sua face mostrou-se ao espelho que estava sem face e perdida naquela face.
O momento a fez pensar e sentir-se iluminada e refletida de cores e paixão com tremores no corpo, o rosto de excitação se descobre em outra face transfigurada no espelho que a reflete inteira naqueles corpos na banheira.
A tua boca grudada na boca dele e rasgaram-se as suas roupas. A noite já prepara a flor pro outro dia que vai nascer eu quero ver, e como uma borboleta grudada na sua flor.
Suas mãos lambuzadas nas suas curvas entreabertas e grudando polegar com o indicador, indicando ao médio onde se achar no poço de algum labirinto onde a temperatura média flutua os ares trancados antes a sete chaves que agora se abrem para os desejos com a senha de um beijo.
Desenrolaram-se desejos, embalaram amores, naqueles abraços nunca dados como uma bolha de sabão ali na mão.
Lua muito longe pra lá dos sentidos, aponta aquela aranha que emaranha, arranha e assanha esta lua de prata a te esperar na cadeia que prende, mata e assassina a minha sina.
Canta menina, canta que os males espanta, canta a volta de dentro do tempo no vento que vem e trás tudo por um segundo, dois era um, perdi a conta, premio de consolação tê-la em suas mãos.
Lembra que dizia: deixa de conversa fiada, venha fazer na pia, sentada na posição que se abria, no sonho que se gosta na boca que seca, e retesa lambuzando o pensamento.
Sua engrenagem escondeu o pequeno pássaro que vibrava mais que bicho grande, cálidas gotas corridas, caídas no túnel naquela campina.
Seus ouvidos ainda ouvem ao longe os sussurros ou gemidos de gritos partidos de alguma loba no cio que ainda causam arrepios no desenho que fez no gozo com a alegria sadia de tantos prazeres.
Na busca de espaços ela dizia: Envolvo-me nos seus laços em gostosos abraços. De muitos cansaços na procura.
O mistério dos meus contos é ter sentido tanto encanto e neste espaço aumenta o laço.
O poeta não tem casa, parece um pássaro sem asas, não tem sono, o chão é o pisar do abandono, no andar perde o passo, às vezes o laço se desfaz e de tanto ser bom, já não sabe se pedra é sabão, e por onde andar.
De tanto ver misérias, os ouvidos já não cumprem sua função: ouvir Desse antigo instante ficou a cor dos planetas, desfolhou os dedos, atiçou os seios, enroscou-se em seus cabelos. Depois você disse-me assim: Dei um pulo no escuro, e você não sabe o que quer, ou pensa que sabe. Desembrulhei-me e me entreguei. Virei-me do avesso dos pés a cabeça pra você. Que coisa louca é se dar de corpo e alma e sentir dentro de mim sua cabeça balançando e aprofundando nossa amizade. Sentimento nunca outro igual, poucos, loucos se MAM igual para além do bem ou mal de qualquer realidade na e crua. O mundo gira e você toca sua música no âmago do meu ser, sinto sua boca me transportando pra outra constelação e agarro as estrelas com a mão.

Um aprendizagem ou livro dos prazeres, Clarice

08/11/2010

Me curvo às palavras

Quem é esta que faz estremecer a mente que mente quando a lê? Quem é esta que fora do seu tempo nos faz pensar, fantasiar a vida nos enfeites que trás? É de quarenta, é de trinta ou já não importa mais a beleza estampada visível do ser? Quem vê diria é a beleza da sabedoria. A imagem é de endoidecer esquenta inverno nas metáforas bem construídas e a faz primavera no seu florir de encantos do seu ser. Confundindo estações do ano, me engano. Ah, o vento que sopra aqui será o mesmo que sopra lá? Se fosse iria cantar aquela canção. Misturar as fantasias que trás nas vestes desenhadas do seu ser, em doces alegrias nas vestes elaborados dos versos que faz. Pra que mentir se o ver é o querer, afastar não é deixar de sentir. O que podes oferecer só a mim e a ninguém mais, por mais que queiras dar, eu não podendo compartilhar é aos anjos que vão louvar, porque a outro não conseguirás. O sentir é viver mesmo que não seja o conviver. Ah dizem que é coisas da poesia.

07/11/2010

Por que não nasceste no tempo certo para que enroscar em ti?

Desejos de poeta

Podes não estar, podes me faltar, só não podes me negar, mesmo me negando os meus desejos vão te escrafunchar.

27/10/2010

Chove em meu corpo


As nuvens colorem o céu cinzento
E A CHUVA?
O tempo muda
O sol se acalma
Gotas minimas anunciam tempestade
Mas nada
Chove na verdade
em outros riachos
Anjos que descem
e profetizam belas águas
neste nordeste árido
Palavras se misturam com imagens
Corpos se embalam
As vezes ainda sem destreza
Vão e vem
Montanha acima
Bocas que se molham ao desejo
Olhos que se deslumbram com a paisagem
enfim, a terra recebe
De imediato e inesperado
Gotas de chuva
Que descem as curvas
Enroscam no solo
E so falta clamar
Venha poeta no corpo plantar

17/10/2010

Ventania...


Espacial é alguma coisa que é. E que existe. Não é invenção, comprovamos naquela experiência laboratorial no encontro de estudos anímicos no alto da colina. Lembra das tatuagens feitas, daqueles desenhos antes elaborados nos textos enviados cheios de metáforas? E foram sentidos cada toque de alguma agulha no desenhar dos corpos juntados na linha. O doce desejo de escrever em você e você em mim é o que ficou marcado em poesias no corpo e na alma. Dizem que isto é tesão. E sabe que acreditei. Agora me desenhei nas curvas da imaginação...

02/10/2010

Que caminhio?
se o sol brilha lá fora
E se o tempo acorda a primavera.
não são todos os que a vivenciam.
Acordar a primavera
Requer a doação para que os dias
Se tornem floridos dentro de cada um.

27/09/2010

Após a tempestade

Não foi um sonho que me tirou o sono. Foi o sonho sonhado, quando ela aparece sua boca num doce retesar mordiscava meus lábios, acho que o batom era a mão do fantasma.

24/09/2010

Visão onírica


Pessoas desciam e subiam a serra dos Brindes. Uma reviravolta indefinida se formava perante aqueles que compunham a cena. Um grupo se afastava, receoso do que poderia acontecer. Outros em transportes, parecia isso, se mexiam como se buscassem algo esplendoroso. Neste iniciar, nenhuma cena se formava, um avassalar de imagens, soltas e confusas. Não se sabia o que seria tecido.
No canto a direita, quase embaixo do morro, ou montanha, uma menina disse a outra. "Vista estes trajes. Com ele você conseguirá fazer parte do grupo". Ela indecisa seguiu aquela ordem. vestiu uma peça de banho, coberta por outra que deixava algumas partes do seu corpo ainda a mostra e desceram até a praça onde tudo aconteceria.
Pessoas tinham como em uma colmeia. Os grupos divididos se perfilavam, cada qual com seus objetivos e suas propostas. Carros estranhos traziam consigo objetos estranhos. Ela observava. Um mosaico de cores naquele dia que parecia noite ou noite que tinha nuances de um dia diferente dos demais. A menina foi se adentrando no meio da multidão, não entendia, nada a esclarecia. Mas de imediato percebeu-se no centro daquele eufórico dia.
Uma arma, um míssel, uma bomba. Algo seria lançado. Com que objetivo? Desconhecia. Talvez para que pudessem demonstrar o seu poder, a capacidade do homem criar e destruir ao mesmo tempo. Ou quem sabe, brincar de ser criança, apontando seus tanques de guerra e destruindo tudo a sua volta. O espaço estava montado. Todos assistiam tudo aquilo como se estivessem em um show pirotécnico. No centro, os artefatos foram montados e em sua frente tudo era afastado diante do perigo mortal que este aparelho trazia para sociedade, mas todos estavam lá, obsevando e aguardando; aguardavam um resultado ou uma vitória de um dos lados? Não se sabe. Defronte, paredes eram montadas para evitar qualquer transeunte, mas sempre alguém curioso testava a proteção e arriscava sua vida. talvez nem soubesse o risco que corria.
O tempo foi passando e o líder do grupo, o representante, pegou em suas mãos aquela bomba e diante do seu magnanime poder a apontou para o mesmo lugar que teria sido planejado o seu disparo. Ele faria o que era pra ser feito, embora estivesse na posição de herói. Em suas mãos estava todo o perigo, mas ele como representante do povo tinha como missão , esta determinada por ele, de ser o grandioso.
Enfim, assim foi disparado, e como não somos e nem temos o controle das situações, a bomba caiu e se direcionou para grande parte da população que estava a sua esquerda. A menina que se posicionava do lado esquedo foi abraçada pela sua mãe que conhecedora do perigo gritava juntamente com a explosão que queimava todos: "Vamos todos morrer, esta tudo queimando" a menina só fez fechar os olhos e sentir o calor intenso das labaredas queimando milhões...
Um silêncio imperou e como no virar de lados deparou com cores apenas, diversas, sobre o chão. Cada cor representava um daqueles que trazia consigo a confiança de ser representado por um dos lados, mas não houve tempo de perceber que o poder humano esta além do que eles imaginam.
Assim silenciou o tempo e as vozes de muitos sem vozes que mantinham vivos dentro de si a esperança de ser melhores, porque faziam parte da política.

Convido-me a me encontrar


Não aguento a pressão dos meus EUS
Ora sol de alvorada
Suave pluma ao vento
Pés sem rumo
Cabelos ao ar
Corpo diáfano

Ora nebulosa
Noites sem elos
Olhar ao longe
Talvez por uma incerta busca
Silêncio secreto da mão de escritor

Ora inquieta
Com indagações constantes
Com palavras irresolutas
Com verdades ditas
Apenas ditas
E há verdades?

Ora coração talhado
Dores intensas
Emociona e dissipa
Em lágrimas de incompreensão

As pessoas não são humanas
Os animais não são animais
Por que na minha teia
Todos são o que não são
E ninguém consegue ascender a luz.

Assim me cala


Durma com os anjos
Se eles não vierem
Faça uma canção
Destas que não tocam no rádio
E cante só pra você ouvir

21/09/2010

Que culpa tenho eu?


O que se faz depois de um abraço?
Ficam marcas eternas
Marcas do calor pulsante que circula nas veias
Marcas do corpo ébrio oscilando em nuvens turvas
Marcas guardadas no cerne da memória
E que por mais distante que seja
Permanece, eternamente, com minudências
Que só um abraço se compõe
Através da tessitura de vozes
Que não ousam em se manifestar
preferem ouvir o som do coral
impregnado na magia do abraçar.

E é este o grande maestro
Regeu com sabedoria quais seriam os passos
Desta orquestra:
Primeiro se abraça e se encaixa
O corpo se finge de ingênuo
Se faz de criança na sua tenra inocência
e guarda contigo cada um os seus mistérios
Os seus desejos
Outrora se esbarram os braços
Se envolvem mais um instante
Sem jeito ainda
Sem muito entender
Se faz de incerto e de insano até
Mas não se pode compor o seu querer

Embora a noite
com presteza e sagacidade
perfila em gofrá-los
com som das vozes, a caricia do tempo
a alegria do encontro
promovido pelo êxtase do AGORA

E no desvendar deste encanto
Braços se cruzam
Talvez incertos ainda
Nem pressentiam o momento
Que estava por vir
Ou quem sabe traziam o guardado, desejado

Mas foi no encontro de toques
No silêncio das vozes
Que o coral se calou
Nem tenores, nem sopranos,
Nem baixos, nem contraltos
Cada naipe desconhecia sua melodia
e com isso a orquestra propôs
outro tom.

Um tom eufórico
Incontrolável
As vozes falavam outras línguas
Vozes de deuses
Com o som ao longe a
Anunciar a euforia
E na explosão dos corpos
Veio no assobiar do vento
A calmaria da noite
e a incerteza de um novo dia
Belo, completo e de encantos

10/09/2010

Palavras a um escritor de sonhos


Tenho medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto - e o mundo não está à tona, está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio. Neste vazio é que existo intuitivamente. Mas é um vazio extremamente perigoso: dele arranco sangue. Sou um escritor que tem medo da cilada das palavras: as palavras que digo escondem outras - quais? Talvez as diga. Escrever é uma pedra lançada no fundo do poço. (Clarice Lispector)


Será difícil expor em pequenas palavras a grandiosidade do momento. Momentos que se tornam ímpares na vida de cada escritor. Escritor de encantos e de cantos diversos, escritor que vislumbra o tempo e as situações menos perceptíveis pelos transeuntes de uma cidade tão tentacular. São Paulo, beldade de concreto diante da singularidade de cada metáfora.
Como diz o poeta em um de seus escritos, uma cidade do seu tempo ou de tempos remotos para aqueles que assim preferem. E reafirma “Não sei se por encanto ou desencanto não as encontrei em nenhum canto”. Saudades de um tempo de lembranças e do contato mais humano, mais direto que o homem oportunizava no seu dia a dia.
Ah! Em que canto você está? Assim em alto tom indaga a seus leitores. Estarás sozinho em seu canto ou necessita de palavras para compor o seu canto? Canto de solidão ou de insensatez? Canto de euforia ou de melancolia? Poeta andante, de palavras em forma de prosa, traz na sua magnânima performance escrita uma adjetivação particular de poucos que percebem nos sentimentos, nas expressões corriqueiras a sensibilidade de um tempo sem alma ou seria sem calma. Todos, na sua angústia, esquecem-se do tempo e se servem ao tempo. São então homens subumanos quando não se percebem no mundo.
Claro. Não são todos os meros passantes que se movem diante deste tempo.
Na sua primeira gestação, como assim menciona, o nobre escritor apresenta “uma história não sei se em prosa ou poesia, mas sei que de suas facetas trazem consigo um povo sofrido e vivido”. Uma cidade que diante da sua extensão, cresce, incha, inflama – verbos que remetem a uma população sem rumo. E necessariamente, um dos fatores que é chave deste turbilhão é a escola, sem significância para muitos; a família sem identidade; a cultura aculturada e a televisão como grande condicionadora dos demais caminhos.
E então questiona “Tudo pode começar com educação?” Querer discutir sobre tema tão permissivo na teoria, embora tão complexo na prática hodierna. Que educação se faz e se oferece aos nossos educandos? Tarefa árdua, mas promissora. Não se fazem homens sem que antes se tenha o desejo de mudança. E compactuando com este desejo de estraçalhar a estandardização que a sociedade circunscreve, as tessituras de seus escritos se fundem e convida cada leitor a ser Leitores, promover um encontro com o livro. Acoplado ao convite, a certeza de continuar na luta em busca de leitores do próprio mundo, um pedido é feito “Falar mais ao ouvido que aos ouvidos, não só concilia maior atenção, mas naturalmente e sem força se insinua, entra, penetra e se mete na alma. Sempre os sábios souberam lidar com esta lida”.
Ás vezes sem rumo, outrora sem prumo para compor sua melodia. Desfaz em palavras seus versos e na conjuntura da narrativa indaga, questiona, propõe ser escritor de palavras, porque um escritor quer ir além; não quer meras palavras, quer tocar o leitor e propor reflexões, diálogos e quem sabe possíveis discussões. No momento da leitura de tão belas palavras é o momento do encontro do leitor com seu espelho e diante deste, o livro, se percebe presente, seu reflexo.
Enfim caro escritor, abrem se as páginas de um novo livro, o livro da história, da memória e neste estás suas simples e grandiosas palavras que vão marcar aqueles que se despirem das amarras do tempo e se libertarem para a leitura. Destarte, trago apenas um segredo proferido por Mario Quintana “O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você”.
Um grande abraço de pessoas que acompanham suas palavras e se embriagam em cada metáfora pulsante e reflexiva.

09/09/2010

Teus olhos


Lágrimas?
Sim. Ás vezes nem percebemos o quanto somos importantes para os outros e de imediato percebemos que as pessoas mais simples, que as pessoas no seu silêncio, guardam consigo um sentimento não mensurável: o valor de ser importante. Será realmente que somos de tamanha importância?
Perceber-se significativo, ocupante de um espaço no cantinho da vida de alguém. Apenas algumas horas diárias, algumas mínimas palavras. São tudo, o toque e a sensibilidade de cada palavra, o carisma, e quem sabe uma reprimenda são artefatos que contribuem ou complementam o fato de sermos e estarmos presentes em cada um.
Um rosto rubro, uma lágrima que rola a face inocente e dentro do peito uma vontade intensa de ser dupla e perfilar por todos os caminhos. Por que temos que fazer escolhas e destas escolhas arrancar do peito as pessoas que nos fazem mais humanas?
Explicar a grande dificuldade de como superar este momento. Tentei assim justificar-me. Mas sei que talvez a inocência desta tenra idade nos olhos de quem chora me ensine a ser forte e capaz de continuar nesta caminhada.

07/09/2010

Manifesto...


Por que está presente?
O que a presença provoca?
Mas é preciso presença para se estar presente?
Claro que não. Estaria sendo ingênua se pensar que o corpo só se concretiza com o contato direto, mas além da presença, do contato ( está palavra que ás vezes é preciso um verbete de dicionário para reconhecê-la) há algo inexplicável.
Se estar presente em pensamentos, em palavras ou através das melodias que nos dão vozes, ou melhor dizendo nos promovem o momento da fala através do eu-lírico presente nas suas canções.
Então, não se estar presente apenas com a presença.
As vezes, a presença se distancia ou se afasta não estando tão presente quanto se imagina.
Assim se faz ou desfaz a completude ou incompletude de cada um que se depara sentindo falta de outrem.

02/09/2010

O silêncio gritante


A garrafa vazia em minha direção
O silêncio interior confronta com as vozes que me sufocam
Conflito diário
De indagações e de respostas sem perguntas
Ou de perguntas sem respostas
Vozes, gritos, lágrimas
O corpo chama
a mente turbulenta
E o mundo lá fora
Parece fazer parte do meu peito
Tons nublados
Cheiros agonizantes
Bocas murmurejam
Pernas se deslocam
e nenhum caminho a decifrar

Outra época de fogo
Outro tempo de insensatez
Outro momento outro
Que remete-se a situações
talvez incertas de sua concretização
Mas paralelas na sensações
Dores,
Por que doí tanto dentro do meu peito?
Que motivo o faz arrebentar entre as paredes internas do meu intimo?
não tenho mais uma vez uma assertiva que me consola
Mas espero com a agitação
A certeza de ser pelo menos eu mais uma vez

22/06/2010

O voo do beija-flor



Relampejados entre miragens já não sabia se descia ou se subia; A fêmea faminta arde inflama, abrasa e queima-se e, o corpo embriagado se descontrola, a tez avermelha-se, a temperatura aumenta, o corpo transpira, a virilha incendeia a vulva umedecida representa-se ao espelho pomposo como uma flor abrindo-se, e soltando suas pétalas.

Ele fatigado como um beija-flor balança a língua e faz tilintar o pólen que a flor a ele se apresenta. Ela de quatro reflete na retina dele delírios de fantasias nos desejos sonhados no deleite do corpo que fazem a alma gemer sem ter sentido dor.

Quando subia era uma quentura entre os seus seios quando descia e, ainda eram no começo, ímpetos espasmódicos, já estavam contando sessenta e nove e ficavam alhures de si mesmos, e ainda não tinham chegado ao pináculo de seus desejos, ele que sonhara com o passear nestes tufos de mato lajeiro. Só os dois, e ele disseram-lhe ao pé do ouvido: quero devorar e sugar toda tua essência e não se cabiam o querer era tamanho que extrapolavam qualquer medida em mim ou em você, a eternidade estava naqueles momentos; Vinicius de Moraes já havia dito.

E numa umidade relativa do entregar-se nos beijos ofegantes deita e levanta inspira e expira as energias esgotantes senta-se sobre mim dizia ele e encaixa-se como numa mágica se deixa preencher pelo meu sexo pulsante nestes movimentos sincronizados ora leves ora intensos meu sexo chafurda em pântanos, passeia entre os teus seios em tuas mãos, em tua boca em tuas entranhas no aflorar dos instintos de desejos e os mais estranhos murmúrios e gemidos que desvanecem os cupidos enlouquecidos; ah! Seus lábios adormecidos soltam zumbidos palavras cifradas de bobagens que se transformam em intermináveis anseios de amor adocicados nos mais perdidos devaneios de tesão. Acalmo-te me acalmo com beijos em seu corpo tiritando em seus cabelos, recomeçamos e me encaixo em você, olho em seus olhos e me vejo do outro lado do querer quando te aperto mais em meu corpo você goza de tanto prazer.

Chama e clama volúpias que inflamas o fogo de dentro do vulcão e... de metáforas em metáforas nos fez entrar em convulsão.

09/06/2010

Suspiros de um poeta


Um corpo ofegante de desejos, e que se fizera luminaria de encantos, era ele esperando a flor se abrir enquanto a flor era tocada pelos seus dedos e pela sua boca que passeava por outros lugares sedosa de desejos, seu corpo pedia pressa em estar no corpo dela. o falo enrijecido queria um caminho entre vales em labaredas acesas pela lingua atrevida e dos lábios que suavemente tocava como colibris sugava o néctar do amor. Dançavam em sabor do vento o encanto do desejo numa sintonia de arrepiar. quando a relva molhava-se de encantamentos o orvalho umedecia os desejos. Umedecida a gruta se faz sentir quando as petalas vao se abrindo e o prazer vai fluindo na lingua invasiva, ele como maestro a conduzia e ela como musica se deixava flutuar.

É perigoso amar uma mulher, mas gostoso. Precisava encontrar essas consolações

26/05/2010

Palavras molhadas


Palavras!!!
ja lhes perguntaram o poder que as têm
As vezes macia e até compassadas
São pueris então
Se cobrem de véu
Se escondem ao léu
e no ímpeto são vorazes
E capazes de apenas palavras
fazer rios transbordarem
gotas transparentes surgirem
de um corpo de mulher
na singeleza das lágrimas
na tesão dos corpos
E deixar marcas cravadas
De uma tarde na colina

21/05/2010

Confabulando histórias


Agora é o amanhã do ontem
E no amanhã o ontem se compraz
Belo e completo
talvez até inquieto
O ontem se cravou em uma moldura
E lá está configurado em um mosaico
uma arte musiva de conchas
Cada uma com sua forma
preenchendo o plano da insesatez
das alusões simbiontes entre
os elementos humanos e a natureza
Suas cores se contrastam
Sinestesicamente
o fervor dos seus corpos
e o calor do sol ardentes
o rubor das flores transparecia
em suas faces
O envedecer das matas
servia de plano de fundo das suas artimanhas
de meninos inocentes confabulando suas historias

12/02/2010

Gotas... de prazer


Molhada
Assim você deixa as suas marcas
E molhada, completamente extasiada
Fico a contemplar-me
Assim como um campo depois da tempestade
Assim com o belo jardim com gotas de orvalho
Asim como a terra úmida na manhã de um noite de chuva
Assim como bela menina depois do banho da tarde

E as gotas se unem para manter a serenidade
das doces noites de lua cheia.

No anunciar das caminhadas
Noite ainda
Se desfalece nos lençois do vale eterno

20/01/2010

Sinestésico mundo


Queria entender o mundo
O mundo de cores, de amores, de constelações
O que há de mistério
Onde andam seus segredos
Para sentar na areia da praia e poder decifrá-los
Queria como uma menininha com sua saia rodada
Me encantar das pequenas fadas
Me socorrer com meu príncipe
Em seu cavalo branco e fugir dos feitiços da bruxa malvada

Assim bem distante deste mundo
Na constelação mais radiante
não procuraria entendê-lo,
Mas sim construir um mundo novo
Com suas nuances próprias
Com sua brisa leve
Com seu terreno fértil
E com as pessoas que possam deslumbrar
com o encanto das palavras
só para desfrutar em cada metáfora
Os prazeres deste mundo

Ser o não Ser


Em que acreditar?
Há tantos caminhos
Tantos segredos desconhecidos
Como conhecer o desconhecido?
Como desconhecer o que se conhece?
Primeiramente, nada se conhece
Estamos com vendas negras
De mãos atadas
Como zumbis
uma sociedade repelta de homens
que nao sao humanos
Apenas andam onde querem que eles andam
Apenas dizem o que querem que dizem
Apenas sorriem quando o momento lhe for proporcionado
Apenas veem as estelas televisisivas e necesárias
e você?
Ondem você está?
O que há dentro de cada um?
Quais as suas vontades?
E o seu pensamento?
O homem ainda é um ser pensante
Capaz de analisar as suas vontades?
Além do céu,
Além do mar.
O que há?
Além do alem mar,
Além do além-homem
Há pedras ou trilhas
Há veredas ou caatingas?
Que caminho seguir
Em que acreditar?

12/01/2010

Suspiros



Tanta serenidade naqueles dias. Pareciam anjos alados suspensos em suas palavas. A magia se fez, as luzes se apagaram e só restaram suspiros em braços eternos.