19/11/2009

Por que os sinos tocam no anunciar da manhâ?
Arrebentam tambores
Estremecem estruturas
Só para preludiar este dia
Dia incolor
Sem odores inebriantes
Com composições intocaveis
Apenas um dia
Afoito para ser tocado e velado
Pelos olhares de um poeta

15/11/2009

Sol e Lua


Ardente manhã

Imergi de ti este fervor

Queima e transborda de tesão

Queres o universo nesta tensão

As palavras são únicas personagens desta prosa

De dia apenas arde,

Esbraseia no seu silêncio

Um tumulto de vozes clama

Este arroubo

Ah, enquanto estas palavras se esvaem lentamente

Sobram resquícios de seu esplendor.

O corpo estremece,

a mão se comprime,

o sangue se aquece

Diante da incerteza de ter o incerto


Assim, foi se o sol

E a noite se despiu

A lua surgira

Assim com seu brilho,

Embora singela e cálida no seu íntimo

As luzes se foram

A voz se calou

E apenas a noite de Lua restou

Talvez algum dia

O sol renasça

Na sua voracidade

E esbraveje o seu lugar

De eternidade

Sem sol não somos

Faltam partes para compor

A maestria melódica desta sinfonia