15/12/2011

Sem palavras

O tempo fechou. Como é difícil encontrar palavras. Nem sei onde buscá-las. Antes buscava nas canções, nos vales e nas serras, em muitos olhares e compassos frequentes de um transeunte em seu embalo.  Mas hoje, vendada e atada permaneço simplesmente tentando em um processo metalinguístico encontrar com as palavras.
O que me falta? Faltam melodias? Talvez espaço, para compor meu singelos poemas, minhas minúsculas narrativas. Preciso clamar em mim o que antes me saciava. Quem saiba esta busca consiga compor trechos de instantes vagos. O ócio contempativo das palavras.

27/09/2011

Diálogo

"Já nem sabia se era seu ou era meu, foram tantas confusões que nem o acordar amanhecia. Mas com certeza se fez tudo uma poesia."

23/08/2011

Minha ânsia é saber como escrever. O lápis a punho, a folha em êxtase, os pensamentos ao leo. Palavras dissidentes e perdidas no cosmo do pensar.

11/06/2011

Lembranças

"Andava cansado, lembro que não sabia o porquê, me perguntava e não me respondia, fui ao médico e nada resolvia, mas só fui descansar quando me encontrei com você. Agora ficou assim, onde ando e onde passo lembra-me sempre dos seus passos caminhando para os meus braços e abraços. De mochila jogada na fila para identificação da nossa emoção sem nada no corpo e nas mãos para poder, se olhar e apertar coração com coração e sentir o deslizar de nossas mãos com o espelho postado ajudando a reflexão registrando os desejos soltos a voar perdidos, mas com direção. Ah, foram tantos sentidos, que não coube na minha mão".

06/05/2011



Tendo nos levantado do assento e enlacei meus braços tímidos em torno de seu corpo e apertando-a mais amorosamente com os seus, o doce beijo foi com efeito recebido, mas bem recebido, tão perfeitamente, que o amor não faria melhor, e agora carrego em todos os passos quando o vento vem assoprar meus pensamentos. Nem foi preciso um segundo beijo, este, não sei o que havia nele, mas ficamos inteiramente perturbados que já nem sabíamos onde estávamos quanta consolação seria preciso para adivinhar aquele percurso todo que começou no alto da colina. A embriaguez foi completa e recíproca sem nenhum vinho. E nem precisava dizer que uma consolação fosse preciso nas lágrimas de prazer caídas. O mesmo encanto subsiste e dá um desejo de submeter-me de novo a algumas fantasias. Um prazer assaz agradável. E mesmo depois de nos separarmos, aquelas lembranças não me larga. E o trabalho é bom para distrair-me

26/04/2011

Respondo-te, se és que me entende


Ainda não sei como encontrar comigo. Não, acho que sei onde estou diante das palavras que tenho ou que um dia tive. Somos e não somos. Não descobri porque me calo de imediato, porque me fecho e busco tentar entender os outros. Impossível tamanha compreensão. Se não entendemos então como podemos decifrar nos.

Talvez você não me entenda. Talvez questione o porque das minhas atitudes ou da minha ausência de atitude. Nem eu sei. Sei que queria demais e é preciso dosar cada situação para que ela não se embriague e tome outros rumos. Tento então guiar-me. Ás vezes é preciso. Em alguns momentos voei tão alto que consegui me ver pousando na areia e tocando serenamente as águas da praia. Sim e o que consegui com isso? Consegui conhecer o desconhecido e saborear nos teus braços a simplicidade dos homens, a sagacidade das feras, a energia intensa do campo de flores.

Poderia ter desviado deste trilhar. Poderia, mas não sei e nem quero agora responder pra onde foram as palavras. Tento vê-las, até o momento descortiná-las para diante do meu palco ser eu mesma personagem das minhas narrativas. E sou? Creio que não. Apenas sou mera espectadora que perante a tamanho público extasiado em catarse extrema, se esvai nas poeiras