04/07/2016

Retorno

Como é difícil atravessar a página em branco
E nela se compor
Enviesar os dias
Saborear o tempo
Delinear a vida

A mudança nos acorrenta
Nos crucifica
Nos apedreja em um lugar que não é o nosso

E qual seria o meu lugar?
Qual será a minha história?
Que cruzamento escolher ao despontar da esquina?

Não sei atravessar a rua
Não quero aprender sozinha
Talvez o tempo me agarre pelo braço
E me traga as palavras aladas
Que vagam lentamente nos meus sonhos

E com elas possa retornar
Ao mundo das metáforas
Seria um prazer
Encontrar-lhes para iniciar a caminhada

18/05/2012

Posso abrir outra porta?

Seria um tempo que se passou ou um vento que logo raiou? Nossa, parece que vejo este filme se preludiar a cada arremate de palavras, mesmo com o avesso de cada canto, de cada som que as palavras se fazem. Sinto assim, sem saber se sou tanto que adjetivastes. Mas me sinto bem, sinto muito mais que as estonteantes beldades, em contos de fadas poderiam sentir na bela missão da imaginação. Narrativas em vão seria o que muitos classificariam. Narrativas intensas serão sempre as que conseguem tercer muitos amores e juntamente com seus co-auotres os versos se intercalam, se conectam e fazem da amada ficar a olhar o celeste céu em noite de lua a anunciar as suas maravilhas. E elas aos poucos surgiram, engatinhando no espaço em branco, compondo, ainda, em garatujas simples sinfonias, apenas para responder uma provocação dos anjos. E se os anjos permitem um espaço nesta trilha, só para dizer o tempo é outro, mas as emoçoes se desdobram para ser muito mais do que foram.

30/04/2012

A dama da tarde

A bela da tarde em grau de energia
resolve em seu espaço
trocar metáforas
para dizer em compasso
às suas vãs confrarias

uma taça de vinho
um inverso sem fio
A noite em gotas
desejo o vento
seu fiel pensamento
apenas encontrar
com a magia de ter
os passos andantes
de um fiel transeunte
que um dia se foi
foi como a  lua
brandando clamores

no silêncio do tempo
o embalo das toalhas
os talheres ao leu
a voz que se cala
a flor que se rola
ao seu temido
destino

15/12/2011

Sem palavras

O tempo fechou. Como é difícil encontrar palavras. Nem sei onde buscá-las. Antes buscava nas canções, nos vales e nas serras, em muitos olhares e compassos frequentes de um transeunte em seu embalo.  Mas hoje, vendada e atada permaneço simplesmente tentando em um processo metalinguístico encontrar com as palavras.
O que me falta? Faltam melodias? Talvez espaço, para compor meu singelos poemas, minhas minúsculas narrativas. Preciso clamar em mim o que antes me saciava. Quem saiba esta busca consiga compor trechos de instantes vagos. O ócio contempativo das palavras.

27/09/2011

Diálogo

"Já nem sabia se era seu ou era meu, foram tantas confusões que nem o acordar amanhecia. Mas com certeza se fez tudo uma poesia."

23/08/2011

Minha ânsia é saber como escrever. O lápis a punho, a folha em êxtase, os pensamentos ao leo. Palavras dissidentes e perdidas no cosmo do pensar.

11/06/2011

Lembranças

"Andava cansado, lembro que não sabia o porquê, me perguntava e não me respondia, fui ao médico e nada resolvia, mas só fui descansar quando me encontrei com você. Agora ficou assim, onde ando e onde passo lembra-me sempre dos seus passos caminhando para os meus braços e abraços. De mochila jogada na fila para identificação da nossa emoção sem nada no corpo e nas mãos para poder, se olhar e apertar coração com coração e sentir o deslizar de nossas mãos com o espelho postado ajudando a reflexão registrando os desejos soltos a voar perdidos, mas com direção. Ah, foram tantos sentidos, que não coube na minha mão".